Hino ao Preto

 

 

Franz Von Stuck, Crucificação. (1913). 

 

 

 

 

 

 

 

 

Apolínea cor que me cinge como atilhos.

Aquela infinita Escuridão que me acalma.

Como se num vulcão, fechasse esses meus olhos.

Esse Negro remanso, ele afaga minha alma.

 

É que tua negrura acentua a brancura,

como a Dor acentua o transcendente Alívio.

A Escuridão evidência a Luz pura,

não deixando-a cair no lastimoso oblívio.

 

Pois sempre a Sombra mais escura, fosca e umbrosa;

nasce da Luz mais pura, alva e mais luminosa.

Transcendendo assim para uma realidade;

 

apinhada de Bem, atestada em Verdade.

Sumo cúmplice és, pois velas puro o Secreto.

És perfeito contraste para o Branco: o Preto!

error: