Estadão, a bandeira e a independência

 

Em pleno 19 de novembro, Dia da Bandeira, o Editorial do Estadão pede a demissão imediata do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, por emissão de opinião. É isso mesmo: emissão de opiniões erradas, à semelhança da ficção de George Orwell que em seu clássico “1984” esboçou um estado totalitário onde todos precisavam pensar com os instintos certos.

Mais espetacular ainda é o “pensamento errado” do qual o Ministro da Educação é acusado. Nas palavras do próprio Editoral, além de já ter “dançado segurando um guarda-chuva”, agora o bolsonarista (como é etiquetado pelo jornal), definitivamente “cruzou a linha vermelha” pois disse que o marechal Deodoro da Fonseca aplicou um golpe militar no Brasil.

Por São Tomás de Aquino, o padroeiro dos estudantes! Até o site brasilescola.uol.com.br já traz o texto

“A nova bandeira brasileira foi resultado direto da Proclamação da República, que aconteceu no dia 15 de novembro de 1889. Esse evento resultou na queda da monarquia, que foi substituída pela forma de governo republicana. A Proclamação da República foi um movimento encabeçado pelo Exército Brasileiro, que, a partir de um golpe, destituiu o gabinete ministerial e obrigou a família real a sair do Brasil.”

Não é preciso que as viúvas da publicidade estatal falem tal verdade, até as pedras já clamam pela verdade!

O Brasil está vivendo neste governo um momento de resgate de sua história, e esse resgate é capítulo obrigatório para a construção de uma trajetória de sucesso pela qual todos, veja bem, todos os países bem-sucedidos já passaram. Em seu livro “A Virtude do Nacionalismo”, o autor israelense Yoram Hazony torna patente a necessidade de consciência social sobre a identidade nacional para a história de toda civilização vitoriosa. Como esperam nossos intelectuais que o “complexo de vira-latas” – jargão tão amado pelos jornalistas do tempo da Olliveti – seja abandonado se não podemos sequer lembrar dos males que já sofremos e das graças desprezadas?

Nosso povo não abandonou a opressão e o julgo quando expulsou a Coroa Portuguesa do Brasil, o que abandonamos foi nossa identidade real, e o vazio que ficou foi preenchido por nós com malandragem e baixa-cultura. Trocamos o verde da casa real dos Bragança pelo verde das árvores, e o amarelo da casa real dos Habsburgo pelo amarelo de nossas riquezas. A partir daí ficamos nas mãos dos madeireiros e contrabandistas, mas do que importa a realidade não é mesmo? Pelo menos estamos “pensando certo”.

Não temais ó saudosistas da Lei Rouanet! Avante ó órfãos da SECOM! Abandonemos todo o julgo do dinheiro público e nos lancemos a um novo tempo de independência. Regozijai-vos ó República Jornalística: independência, ou morte!

error: